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Como estimular o interesse da criança pela leitura



Ilustração: Dee Lessard
Por Christiane Angelotti

Quando a leitura é uma parte agradável da vida cotidiana, as crianças desenvolvem atitudes positivas em relação a ela. Selecionamos algumas dicas para ajudar a demonstrar como fazer da leitura uma parte da vida de crianças. Afinal, quais são as melhores formas de incentivar a leitura entre crianças?

O mais importante a lembrar é que a leitura deve ser uma experiência agradável. As atividades a seguir podem ajudar a estimular o interesse da criança pela leitura.

Para ver, ler e pesquisar sobre a infância — Dicas # 17



Christiane Angelotti


O BRINCAR NA DIFERENÇA: UM OLHAR PARA AS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA


Para refletir- Inclusão


Daqueles diálogos essenciais para pais e educadores.

“Precisamos transformar o encontro com as barreiras em possibilidades de discussão e reflexão”, comentou Meire Cavalcante, afirmando que o debate sobre inclusão deve focar na barreira, e jamais na deficiência. “Se assim o fizermos, poderemos caminhar para um mundo verdadeiramente inclusivo, em que não precisaremos mais falar sobre inclusão”.

O sétimo encontro da série ‘Diálogos do Brincar’, realizado no dia 15 de setembro de 2016, contou com a presença da especialista em Educação e Inclusão, Meire Cavalcante. O encontro é promovido pelo Território do Brincar.


Videoconferência: https://bit.ly/2v4MWCF

Para refletir - Inclusão

Na inclusão há a preocupação de que os alunos sejam tratados com igualdade, carinho e respeito, como pessoas únicas que são.
“A inclusão educacional constitui a prática mais recente no processo de universalização da educação. Ela se caracteriza em princípios que visam à aceitação das diferenças individuais, à valorização da contribuição de cada pessoa, à aprendizagem através da cooperação e à convivência dentro da diversidade humana.

Segundo Sanchez (2005) "a filosofia da inclusão defende uma educação eficaz para todos, sustentada em que as escolas, enquanto comunidades educativas, devem satisfazer as necessidades de todos os alunos, sejam quais forem as suas características pessoais, psicológicas ou sociais (com independência de ter ou não deficiência). Trata-se de estabelecer os alicerces para que a escola possa educar com êxito a diversidade de seu alunado e colaborar com a erradicação da ampla desigualdade e injustiça social."

Dessa forma, o papel da escola consiste em favorecer que cada um, de forma livre e autônoma, reconheça nos demais a mesma esfera de direito que exige para si. Esta concepção permite concluir que o conceito de inclusão engloba também aqueles que de certa forma são excluídos da sociedade e não somente alunos com deficiências.

Sendo assim, a educação inclusiva abrange também alunos acometidos de alguma doença ou impossibilidade, alunos oriundos de populações nômades e etnias, além dos alunos em situação de risco, entre outros.” 
Fonte: (vale a pena acessar para conhecer mais sobre o tema)




Para ver, ler e pesquisar sobre a infância — Dicas # 15


Parlendas infantis no canal da Palavra Cantada

No Canal do grupo Palavra Cantada no Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=cqp4N_Hqxvs)  é possível conferir entre muitos clipes, um pot pouri de parlendas.

A Parlendas são versinhos com temática infantil que são recitados em brincadeiras de crianças. Muitas parlendas são muito antigas e, algumas delas, foram criadas, há décadas. Elas fazem parte do folclore brasileiro e representam uma importante tradição cultural do nosso povo.



O excesso de brinquedos e a importância do brincar

A educadora e ativista estadunidense, Susan Linn, fala sobre o tema O excesso de brinquedos e a importância do brincar.



A Base Nacional Comum Curricular na prática da gestão escolar e pedagógica

Lançado pela Fundação Santillana, um guia para a BNCC organizado por Tereza Perez.

Download gratuito em: https://bit.ly/2D0Y3xN





Curta-metragem conta a história do primeiro dia de aula de uma menina com paralisia cerebral

Em Por que Heloísa?, a autora Cristiana Soares se baseou numa história real para levar o espectador a repensar o conceito de deficiência. O curta-metragem dá continuidade à trajetória de Heloísa, uma menina com paralisia cerebral, a partir do seu primeiro dia de aula em uma escola comum. Mostra também outros aspectos da primeira infância como suas relações  familiares.

O vídeo apresenta recursos acessíveis para pessoas com deficiências auditiva e visual.

Disponível em: https://vimeo.com/62175113

Destino: Educação – Escolas Inovadoras

Indicamos a série de documentários Destino: Educação – Escolas Inovadoras, iniciativa do Canal Futura com apoio do Porvir e parceria do SESI.

A série mostra que novas maneiras de ensinar e aprender já fazem parte da realidade de  escolas espalhadas por vários países, incluindo o Brasil.

Em formato de documentário, Destino: Educação – Escolas Inovadoras Primeira Temporada tem 13 episódios, com 52 minutos cada.

A segunda temporada de Destino: Educação – Escolas Inovadoras conta com experiências de 12 instituições de ensino em 11 países diferentes que souberam encontrar modelos de educação abertos aos interesses dos alunos e às demandas da sociedade, sem deixar de lado o desenvolvimento integral. São 13 episódios com 52 minutos cada, o público terá contato com temas como inclusão, imigração, igualdade de gênero, conscientização ambiental e como fomentar o desenvolvimento de competências, como criatividade e colaboração.

Os episódios estão disponíveis no Futura Play.

A brincadeira na hora do recreio

Por Christiane Angelotti

O que há de tão especial na hora do recreio? Não é preciso pensar muito para responder, a resposta dada pelas próprias crianças é quase sempre a mesma: o brincar. O brincar livre, espontâneo, que promove socialização, diversão, criação.

No recreio as crianças relaxam da rotina de sala de aula, interagem livremente com os amigos e ainda comem algum lanche gostoso. Muitas vezes é o único momento na escola em que elas podem fazer suas próprias escolhas: do que e como vão brincar, de quem irão se aproximar, entre ouras. 

O recreio é um momento significativo na vida da criança e por isso deveria ser tratado com mais atenção. A escola é também um lugar de socialização e promover esse tempo, ter atenção e ensinar a criança e o jovem a lidar com conflitos também é tarefa da comunidade escolar. Além dos eventuais conflitos que podem acontecer e serem evidenciados na hora do recreio, há também o isolamento de alguns alunos que, seja por timidez ou por sofrerem bullying, devem ser acompanhados de perto.


A difícil e deliciosa relação de hoje entre pais e filhos


Por Vanessa Ratton

Quando eu fui mãe, aprendi o quanto é difícil exercer o papel. A relação entre pais e filhos tem mudado muito, assim como os valores sociais evoluíram, trazendo coisas boas e ruins. A forma como educamos nossas crianças tem uma importância muito grande no comportamento social de toda uma geração. Cada um de nós é responsável pelo ser humano que gerou e seu comportamento refletirá na sociedade futura. Não é culpa apenas da política, da economia ou da cultura se algo der errado, e principalmente, de nossos pais! É preciso ter diálogo em casa e isso dá um trabalho danado, porque diferente da discussão, que quer impor a sua verdade. O diálogo pressupõe ouvir o outro, se colocar no lugar dele, entender suas necessidades e fazer com que ele lhe ouça também e entenda as suas. E isso não quer dizer que tudo ficará um paraíso.

A importância do brincar

Por Christiane Angelotti
É no brincar e talvez apenas no brincar que a criança ou o adulto fluem sua liberdade de criação e podem utilizar sua personalidade integral e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu” (D. W. Winnicott. O Brincar e a Realidade. 1975)


Brincar é a principal atividade da infância e faz parte de ser criança, é um comportamento espontâneo. Acima de tudo é uma necessidade que a criança tem.
Quando bebê é por meio da brincadeira que se explora o mundo ao seu redor, mundo este que ele passa a reconhecer e assimilar seu funcionamento.
Brincando a criança exercita também aspectos motores e sensoriais, desenvolvendo assim coordenação, noções espaciais e sociais. Todo este processo ajuda ainda o cérebro a desenvolver várias funções como falar e andar.  
Por se tratar de atividade e necessidade de grande importância para o desenvolvimento infantil, a brincadeira é considerada um direito da criança. O direito a brincar está definido no artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no Marco Legal da Primeira Infância. Toda criança deve ter tempo livre para brincar garantido pelo Estado.
Brincar para a criança é algo natural que se desenvolve conforme ela cresce. Os tipos de brincadeiras e as formas de brincar se modificam de acordo com a etapa de desenvolvimento que a criança apresenta. E para isso acontecer é necessário que ela tenha a experiência de brincar. 

O Folclore e as tradições populares

Por Christiane Angelotti

“Um homem é invariavelmente a soma de muitos homens que nele vivem.”
(Luis da Câmara Cascudo)

Folclore não se resume a festas típicas, também não se trata de uma data comemorativa marcada no calendário (22 de agosto), muito menos se resume a meia dúzia de lendas de personagens como o Saci-Pererê e a Mula-sem-cabeça.

O folclore é dinâmico, se renova constantemente, fala do passado, mas também do presente.  É o retrato da cultura de um povo e ajuda a contar a sua história.

É chamado de folclore o conjunto de práticas, histórias e tradições que pertence a um determinado povo e foi espalhado oralmente, passando de geração em geração, resistindo ao tempo. É também chamado de cultura popular tradicional.

Em qualquer parte do mundo, de países desenvolvidos a países subdesenvolvidos, todos os povos têm um repertório de práticas populares.

Por que as escolas deveriam levar a música mais a sério

Por Michele Müller

Kate Greenaway: The pied piper of Hamelin
Não demorou muito para que as transformações vindas com o livre acesso à informação fossem ecoadas no sistema educacional, trazendo a necessidade de revermos muitos aspectos dos métodos tradicionais. Neste momento em que o conteúdo tende a ceder importância ao ganho de habilidades mentais, algumas práticas antes deixadas em segundo plano encontram a brecha para ganhar papéis de destaque na educação.

Há muito se fala dos reflexos do ensino da música no aprendizado de outras capacidades, como o raciocínio lógico abstrato. Mas apenas nas últimas décadas, com as facilidades tecnológicas, a neurociência está conseguindo comprovar que o conhecimento musical provoca alterações na estrutura do cérebro que, de fato, trazem ganhos importantes em outras áreas intelectuais.

Fake news, questionar é preciso

Por Christiane Angelotti

Fake news: Notícias falsas com alta capacidade de viralização.

Atualmente, as fake news são as grandes vilãs das redes sociais. Muitas pessoas não conseguem identificar informações errôneas, feitas na maioria das vezes de modo proposital com uma finalidade específica (por exemplo, no campo político).

Na minha experiência pessoal, tudo, absolutamente tudo, eu questiono e vou pesquisar. Isso é uma característica muitas vezes boa, mas que já me gerou muito sofrimento, desavenças, porque saio da minha zona de conforto e acabo mexendo com o "conforto" dos outros também. Hoje acho que lido bem com a questão e faço dela um combustível profissional.
Antes de compartilhar algo no WhatsApp ou no Facebook, pesquise sobre os assuntos e veja se aquelas informações são verdadeiras.
Na área da Educação, na qual atuo, as denominadas fake news podem ser trabalhadas para ajudar a desenvolver o senso crítico nos alunos. Vemos uma notícia e nos questionamos, nos perguntamos, identificamos a falta de lógica nela e damos início à pesquisa de forma coletiva. É uma desconstrução do discurso unilateral no qual o professor passa o conteúdo como verdade absoluta. Então, o aluno é instigado a pensar, refletir, decidir e todos aprendem o tempo inteiro. A investigação, a curiosidade e o questionamento são os propulsores fundamentais para a aprendizagem.

As fake news vêm causando grandes danos, contudo, se estimularmos as pessoas a se perguntarem sempre sobre a validade das informações que leem, contribuiremos para uma sociedade mais esclarecida e apta a tomar decisões.

Como formar um leitor

Por Christiane Angelotti

Desde muito cedo nós, pais e professores, somos bombardeados por mensagens e campanhas sobre a importância da leitura. Os benefícios são realmente muitos, pois a leitura contribui para o desenvolvimento intelectual, social e emocional da criança. Podemos citar alguns deles, como despertar a criatividade, estimular a curiosidade, a inventividade, a imaginação, expandir o vocabulário, ajudar a nos colocar no lugar do outro e, assim, desenvolver empatia, auxiliar a combater o estresse, e contribuir para o desenvolvimento cerebral e de habilidades como concentração e memorização.








MEC disponibiliza coletânea de material para professores do ciclo de alfabetização

O Ministério da Educação (MEC) disponibilizou uma coletânea de atividades composta de 16 volumes para os professores do ciclo de alfabetização. São cadernos destinados ao apoio e aprendizagem dos alunos e suporte ao professor. Vale conferir!

Para fazer o download clique nos links abaixo.

A Orquestra de Instrumentos Reciclados de Cateura

Por Christiane Angelotti

"O mundo nos envia lixo. Nós retribuímos com música." (Favio Chávez)

Esta é uma matéria feita com o objetivo de servir de inspiração. Se podemos tirar música do lixo, podemos fazer qualquer coisa, não é mesmo?

Não é fácil trabalhar, seguir em frente com alguns projetos, quando tudo parece conspirar contra. Plantar sonhos, ajudar ao próximo, quando cada momento em nossas vidas é uma batalha a ser vencida.

A importância da música na primeira infância

Por Christiane Angelotti

"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntas as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes". (Rubem Alves)

A música está presente em nossas vidas nas mais diversas atividades. Faz parte de cerimônias e celebrações, rituais religiosos e não religiosos, brincadeiras infantis.  A música é um meio de expressão cultural, já que transmite histórias e costumes dos povos, e expressão social, pois integra a sociedade em celebrações, festas e manifesta sentimentos. A música está presente nas histórias de todos os povos fazendo parte de ritos e cerimônias, como nascimento, casamento e rituais fúnebres. 

Volta às aulas

Por Christiane Angelotti

As férias estão chegando ao fim e a rotina escolar entrando novamente na vida das crianças. Diante do novo ou do desconhecido, seja uma nova escola ou uma simples mudança de turma, é bastante comum que pais e crianças fiquem ansiosos.

Para muitas crianças a volta às aulas é um motivo de alegria e empolgação, pois irão rever os amigos, fazer novas amizades, estrear material novo, novas matérias e muitas outras novidades à vista. Porém, para outras as mudanças na rotina e as novidades geram apreensão e ansiedade maior do que o habitual. Em casos assim, muitas vezes a criança não consegue expressar seu sofrimento em palavras e por essa razão os especialistas costumam aconselhar os pais para que fiquem atentos aos sinais exacerbados de ansiedade.

Grandes lições que aprendemos com as crianças

Por Christiane Angelotti

Quem convive com crianças sabe que elas nos ensinam muito mais do que podemos imaginar. E é interessante, pois as crianças nascem tendo que aprender tantas coisas. Andar, falar, se alimentar sozinha, entre outras funções, mas são elas que nos ensinam o que realmente é essencial. Precisamos só manter os olhos, os ouvidos e o coração abertos.

Algumas das coisas que venho aprendendo com elas:

Ser espontâneo

À medida que crescemos vamos nos adaptando às regras e convenções sociais, o que muitas vezes nos faz perder a espontaneidade.  Ser espontâneo é rir de verdade, quando se tem vontade, falar com pessoas desconhecidas e também sorrir para elas. As crianças não têm medo do julgamento social e vivem o momento. Isso pode ser muito bom.

É preciso uma aldeia inteira

Por Pilar Lacerda
"(...) relativamente à criança, a escola representa de certa forma o mundo, ainda que o não seja verdadeiramente. Nessa etapa da educação, uma vez mais, os adultos são responsáveis pela criança", Hannah Arendt, A crise da Educação.
É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança. Bastante ventilado nas comunidades educativas, o provérbio africano seria uma outra maneira de reverberar as palavras da filósofa alemã, Hannah Arendt, sobre a premência de responsabilização coletiva pela aprendizagem de crianças e adolescentes. Se pensarmos que a vida em família, a partir do século 20, ganha uma nova ordenação, pautada por demandas econômicas que absorvem a força de trabalho dos pais em período integral, veremos que essa necessidade de envolvimento de toda a comunidade na educação é cada vez mais urgente.

'De amor para entender': sobre livros para jovens leitores

Por Susana Ventura

Ler para as crianças e acompanhar sua evolução na aquisição de capacidades de compreensão leitora é das coisas mais fascinantes da vida de um adulto. Mas, quando o tema é seleção, surge um amontoado de dúvidas: o que escolher numa biblioteca, numa livraria, nas bancas de jornais, nos acervos das nossas famílias?

Então, sirvo-me do verso magnífico de Dorival Caymmi  'Por que de amor para entender é preciso amar? Por quê?'* para encorajar a nós todos, leitores adultos: vamos ler mais livros destinados a crianças e jovens porque, para entender deste incrível ramo da literatura, é preciso ler. 

O Dia das Crianças e o prazer de brincar

 Por Christiane Angelotti

Chegou mais um Dia das Crianças. Lembro de, quando pequena, ficar ansiosa pela data. Era um dia em que não haveria aula e eu poderia brincar o dia inteiro, se caísse em uma sexta-feira ou segunda, então... era a glória! Esse era o meu conceito de dia especial, muita brincadeira.

O tempo passou (e rápido), e dos anos de 1980 para cá, a criança passou a ter um papel de consumo na sociedade. Foi exatamente a partir desta década que a criança passou a ser vista como uma consumidora em potencial e, sendo assim, passou a ser alvo de uma enxurrada de propagandas e de apelos para o consumo desenfreado. Consumir é uma necessidade na nossa sociedade, mas o consumismo, o exagero, a felicidade colocada em se ter algo, é um desvio e sem que percebamos somos induzidos o tempo inteiro para isso.

Pais e professores: modelos de leitores


Por Januária Cristina Alves

Peço licença para iniciar esse artigo com um poema de Cecília Meirelles, que gosto muito de usar quando ministro cursos sobre a experiência de se ler jornal.


JORNAL, LONGE

Que faremos destes jornais, com telegramas, notícias, anúncios, fotografias, opiniões?

Caem as folhas secas sobre os longos relatos de guerra: e o sol empalidece suas letras infinitas.

Que faremos destes jornais, longe do mundo e dos homens? Este recado de loucura perde o sentido entre a terra e o céu.

De dia, lemos na flor que nasce e na abelha que voa;
de noite, nas grandes estrelas, e no aroma do campo serenado.

Aqui, toda a vizinhança proclama convicta: "Os jornais servem para fazer embrulhos".

E é uma das raras vezes em que todos estão de acordo.

(In: Poesias Completas)