Brian Wildsmith, o ilustrador do olhar crítico

Por Christiane Angelotti

O ilustrador britânico, nascido em uma aldeia de mineiros, declarou certa vez que sua cidade era tão cinza, tão sem cor, que ele resolveu imaginar tudo diferente e começou a desenhar.

Brian Lawrence Wildsmith nasceu no dia 22 de janeiro de 1930, em South Yorkshire, na Inglaterra. Teve sua primeira oportunidade como ilustrador em 1957, mesmo ano de seu casamento, quando ilustrou o livro Arabian Nights. Seu segundo trabalho, no ano seguinte, lhe rendeu a medalha de Greenaway Kate, um importante prêmio britânico.

Wildsmith recebeu vários outros prêmios importantes e foi por duas vezes vice-campeão em ilustração do maior prêmio de literatura infantojuvenil do mundo, o Prêmio Hans Christian Andersen, em 1966 (quando foi inaugurada a categoria ilustração) e 1968.


Eu acredito que belos livros de imagens são de vital importância na formação da apreciação visual de uma criança, que dará frutos mais tarde na vida – diz ele.

Em 1994, foi inaugurado o Brian Wildsmith Museum of Art, em Tóquio, no Japão. O museu contém em seu acervo ilustrações originais de Wildsmith, além de instrumentos de trabalho e reprodução do seu atual ateliê, que fica no sul da França.

Site do museu:  http://www.metm.co.jp/

Brian Wildsmith sempre sonhou em ajudar a formar crianças com olhar crítico e admiradoras da natureza.

É claro que o conceito de felicidade muda à medida que envelhecemos, mas há uma fonte de felicidade que nunca muda independente da idade: a criatividade – declara ele.

As ilustrações de Wildsmith são marcadas por cores, luz, calor e vida.

O ilustrador sempre se mostrou preocupado com o universo infantil, no sentido de que as crianças sejam estimuladas a criarem e a descobrirem.

Em uma sociedade que transborda com bens materiais e informações, as crianças se acostumaram a conseguir o que querem, quando eles querem. A alegria da descoberta é perdida, bem como a sua capacidade de ser criativo – afirma Wildsmith.

No início de sua carreira, o ilustrador foi questionado por críticos se as crianças compreenderiam sua arte muito sofisticada, mas contrariando o que alguns críticos pensavam, a reação dos leitores foi automática: puro encantamento.

Eu uso as cores, eu sinto. Quando pinto um peixe, eu pinto o tipo de peixe que eu gostaria de ver. O mesmo vale para as minhas árvores. Eu não me importo se elas não são das mesmas cores das fotografias. Eu pinto o que vejo com o meu coração – conclui.


Wildsmith morreu em Grasse, na França, em 31 agosto de 2016, aos 86 anos.